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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sobre o inverno e os dias de folga

Eu abro os olhos, dou uma espreguiçada gostosa, escuro, nem parece que já são quase nove. Ainda não acostumei com essa coisa de olhar o termômetro antes de começar a me vestir, não que eu não goste, na verdade pelo contrário, pareço uma criança indo checar a árvore de natal e ver que a cada dia eu experimento um novo limite e com ele novas sensações. Iei! Bom dia Sol, bom dia neve, nossa é tudo tão lindo...

Coloquei cenoura, laranjas, mexiricas e um monte de folhas das escuras no liquidificador, descobri que é desse jeito que funciona pra mim, ser saudável em sucos matinais e comer quanta comida thai eu quiser sem me sentir culpada por estar comendo muito amarelo, vermelho e laranja mas quase nenhum verde. Assim todas as eus ficam satisfeitas e agradecem a preferência =).

Normalmente é so suco, mas hoje eu fiz aqueles ovos porque achei que eles ficariam ótimos com o mini salame e cebola. Sal, pimenta, uma pitada de páprica e esse é o meu limite de coisas que não se deve comer no café da manhã, o que eu descobri depois de comer um omelete com cogumelos, alface, pepino e vinagre balsâmico as 9h30. E a pessoa italiana me diz que é estranho eu pedir um capuccino no meio do dia, porque capuccino se toma no café da manhã, oras bolas.

Pros ovos eu tive que começar o processo das camadas, a cozinha é no andar de baixo. Uma ceroula, outra ceroula, uma meia calça pra apertar tudo, um par de polainas. E isso não é nem a metade, mas quer saber, isso quase não importa, quase porque eu não posso negar o fato de que eu nunca sei o que fazer com os casacos e cachecois e luvas nos lugares, mas não importa porque depois dos ovos, do suco e de estar claustrofobicamente aquecida, eu abro a porta e festejo por ter tido coragem de sair e ver o sol, a neve perfeita, as árvores sequinhas, o lago que foi congelando quietinho, as crianças brincando, as pessoas parando no meio da rua e dando pulinhos pra tirar a neve do sapato, o escorregão seguido do susto seguido da risada, as gotinhas congeladas...  e penso na minha história até então…com fevereiros repletos de praias, mares, calores e bronzes… e pra mim a neve é a areia dos lados de cá, ambas de alguma forma aquecem o coração e têm uma beleza sublime e cheia de coisas boas.

E penso é claro que cada um vê as coisas de um jeito, aí paro um pouco pra prestar atenção no que eu vejo: a cidade e toda a manifestação da natureza me dando boas vindas ao verão mais gelado da minha história. E hoje o termômetro chegou a -9C.

E aí teve lavanderia, mercado e loja de temperos.