Eu abro os olhos, dou uma espreguiçada gostosa, escuro, nem parece que já são quase nove. Ainda não acostumei com essa coisa de olhar o termômetro antes de começar a me vestir, não que eu não goste, na verdade pelo contrário, pareço uma criança indo checar a árvore de natal e ver que a cada dia eu experimento um novo limite e com ele novas sensações. Iei! Bom dia Sol, bom dia neve, nossa é tudo tão lindo...
Coloquei cenoura, laranjas, mexiricas e um monte de folhas das escuras no liquidificador, descobri que é desse jeito que funciona pra mim, ser saudável em sucos matinais e comer quanta comida thai eu quiser sem me sentir culpada por estar comendo muito amarelo, vermelho e laranja mas quase nenhum verde. Assim todas as eus ficam satisfeitas e agradecem a preferência =).
Normalmente é so suco, mas hoje eu fiz aqueles ovos porque achei que eles ficariam ótimos com o mini salame e cebola. Sal, pimenta, uma pitada de páprica e esse é o meu limite de coisas que não se deve comer no café da manhã, o que eu descobri depois de comer um omelete com cogumelos, alface, pepino e vinagre balsâmico as 9h30. E a pessoa italiana me diz que é estranho eu pedir um capuccino no meio do dia, porque capuccino se toma no café da manhã, oras bolas.
Pros ovos eu tive que começar o processo das camadas, a cozinha é no andar de baixo. Uma ceroula, outra ceroula, uma meia calça pra apertar tudo, um par de polainas. E isso não é nem a metade, mas quer saber, isso quase não importa, quase porque eu não posso negar o fato de que eu nunca sei o que fazer com os casacos e cachecois e luvas nos lugares, mas não importa porque depois dos ovos, do suco e de estar claustrofobicamente aquecida, eu abro a porta e festejo por ter tido coragem de sair e ver o sol, a neve perfeita, as árvores sequinhas, o lago que foi congelando quietinho, as crianças brincando, as pessoas parando no meio da rua e dando pulinhos pra tirar a neve do sapato, o escorregão seguido do susto seguido da risada, as gotinhas congeladas... e penso na minha história até então…com fevereiros repletos de praias, mares, calores e bronzes… e pra mim a neve é a areia dos lados de cá, ambas de alguma forma aquecem o coração e têm uma beleza sublime e cheia de coisas boas.
E penso é claro que cada um vê as coisas de um jeito, aí paro um pouco pra prestar atenção no que eu vejo: a cidade e toda a manifestação da natureza me dando boas vindas ao verão mais gelado da minha história. E hoje o termômetro chegou a -9C.
E aí teve lavanderia, mercado e loja de temperos.
Os lados de cá
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sobre a dor no coração e a primeira fase da minha viagem
Ai que dor no coração. Agora eu entendo porque as pessoas viajam por curtos períodos de tempo. Essa minha escolha de ficar e criar vínculos nos lugares é incrível e dolorido na mesma proporção. Os amigos, os lugares, os costumes, a bicicleta, fica tudo pra trás?
Não sou boa pra lidar com isso não.
Por outro lado, logo logo parto pra Zagreb, capital da Croácia, e começa tudo de novo... que delíiiiccia!!
Beijos gente, o próximo post vai ser diretamente das terras croatas, que eu fiz questão de não olhar no google sequer uma vez...
Não sou boa pra lidar com isso não.
Por outro lado, logo logo parto pra Zagreb, capital da Croácia, e começa tudo de novo... que delíiiiccia!!
Beijos gente, o próximo post vai ser diretamente das terras croatas, que eu fiz questão de não olhar no google sequer uma vez...
domingo, 27 de novembro de 2011
Sobre a festa de cumbia e o show na cozinha
Oie gentem! To sumida né? Tô mesmo, é que a vida tá boa sabe?
Esses dias fui em uma festa de cumbia, ver os holandeses tentando chacoalhar o esqueleto como fazemos aí na America do Sul. Eu não tenho muita certeza não, mas acho que essa tal de cumbia não existe no Brasil, no entanto é o ritmo mais conhecido em todo o resto dos países sul americanos. E foi TÃO legal. Sério, tava precisando tanto dar uma dançada de verdade, com a alma sabe? Dancei a noite inteira na companhia perfeita de dona Ca, muitas risadas, muitas conversas, muitas amizades de boteco. E depois, as duas descadeiradas de tanrto se remexer, ainda voltamos pra casa na alta madrugada a pé, porque a Olívia, minha bike, tava doente coitadinha. E é tão gostoso andar por aqui a pé na madruga... eu sempre quis sair andando por aí em São Paulo na madruga, poder voltar a pé dos lugares sem preocupação...então eu nem reclamo do friodo caralho e vou feliz e contente cantando e dançando no meio da rua, falando com as árvores e feliz da vida.
Toma aí uma cumbia pra vocês, o clipe é um espetáculo a parte! Ainda bem que eu vivi os anos 90 e aprendi a dançar lambada, fiz bonito no salão!
http://www.youtube.com/watch?v=xAe7V9Csd84
E esses dias conheci um músico muittooo querido, gente boníssima, escrachado, que fala um monte de besteira e faz a gente rir com elas o tempo todo. Aí que ele convidou eu e a Ca para um "concert and dinner in my kitchen" . Legal, fomos que fomos checar esse jantar, um vinho debaixo do braço e uma sobremesa na mão, chegamos lá e vimos que ele mora no meio do Red Light District, onde ficam as garotas de programa se mostrando nas janelas, e mora num lugar iradíssimo, uma casa de músicos, todos estudando no conservatório, cada um tem o seu dormitório gigante e dividem o banheiro e a cozinha que fica em uma espécie de porão, com janelas e uma portinha pra ver as pessoas passando só da cintura pra baixo. Aí fizemos um jantar mexicano delicioso, com tudo que se pode imaginar e, assim que terminamos de comer, a cozinha foi se preenchendo de instrumentos variados, de teclado a contra baixo, a tigela com algumas moedinhas foi colocada fora da portinha e começou-se a sonzeira da melhor qualidade, as pessoas passando, parando, ouvindo, dançando, particpando, um rastaman jamaicano sentou na janela e começou a cantar, logo depois 'veio também um tiozão que era um personagem de filme de terno, chapéu e com a voz arranhada dizendo que era cantor de blues e foi que foi, cantou, dançou, no maior estilão velhinho doidão. E eu lá, encarregada de fazer as pessoas dançarem e doarem dinheiro para os músicos, fiquei dançando e cantando junto de olhinho fechado e sentindo, me mantendo presente naquele momento tão bonito e gostoso, fazendo parte da história da nossa geração, onde tem tanta coisa linda e rica acontecendo, por aqui, por aí e em todos os lugares.
Esses dias fui em uma festa de cumbia, ver os holandeses tentando chacoalhar o esqueleto como fazemos aí na America do Sul. Eu não tenho muita certeza não, mas acho que essa tal de cumbia não existe no Brasil, no entanto é o ritmo mais conhecido em todo o resto dos países sul americanos. E foi TÃO legal. Sério, tava precisando tanto dar uma dançada de verdade, com a alma sabe? Dancei a noite inteira na companhia perfeita de dona Ca, muitas risadas, muitas conversas, muitas amizades de boteco. E depois, as duas descadeiradas de tanrto se remexer, ainda voltamos pra casa na alta madrugada a pé, porque a Olívia, minha bike, tava doente coitadinha. E é tão gostoso andar por aqui a pé na madruga... eu sempre quis sair andando por aí em São Paulo na madruga, poder voltar a pé dos lugares sem preocupação...então eu nem reclamo do frio
Toma aí uma cumbia pra vocês, o clipe é um espetáculo a parte! Ainda bem que eu vivi os anos 90 e aprendi a dançar lambada, fiz bonito no salão!
http://www.youtube.com/watch?v=xAe7V9Csd84
E esses dias conheci um músico muittooo querido, gente boníssima, escrachado, que fala um monte de besteira e faz a gente rir com elas o tempo todo. Aí que ele convidou eu e a Ca para um "concert and dinner in my kitchen" . Legal, fomos que fomos checar esse jantar, um vinho debaixo do braço e uma sobremesa na mão, chegamos lá e vimos que ele mora no meio do Red Light District, onde ficam as garotas de programa se mostrando nas janelas, e mora num lugar iradíssimo, uma casa de músicos, todos estudando no conservatório, cada um tem o seu dormitório gigante e dividem o banheiro e a cozinha que fica em uma espécie de porão, com janelas e uma portinha pra ver as pessoas passando só da cintura pra baixo. Aí fizemos um jantar mexicano delicioso, com tudo que se pode imaginar e, assim que terminamos de comer, a cozinha foi se preenchendo de instrumentos variados, de teclado a contra baixo, a tigela com algumas moedinhas foi colocada fora da portinha e começou-se a sonzeira da melhor qualidade, as pessoas passando, parando, ouvindo, dançando, particpando, um rastaman jamaicano sentou na janela e começou a cantar, logo depois 'veio também um tiozão que era um personagem de filme de terno, chapéu e com a voz arranhada dizendo que era cantor de blues e foi que foi, cantou, dançou, no maior estilão velhinho doidão. E eu lá, encarregada de fazer as pessoas dançarem e doarem dinheiro para os músicos, fiquei dançando e cantando junto de olhinho fechado e sentindo, me mantendo presente naquele momento tão bonito e gostoso, fazendo parte da história da nossa geração, onde tem tanta coisa linda e rica acontecendo, por aqui, por aí e em todos os lugares.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Sobre o tour pelos brechós e a cidade de Urk
Oi Gente!! Ninguém mais lê esse blog? Alguém, uma alminha só? Enfim... Não tem problema, isso tudo é mais pra eu ler depois e lembrar de tudo do jeitinho que foi... =)
Neste sabadão geladíssimo e ensolarado a Annemiek me levou pra um tour nas second hand shops que existem fora da cidade... gente, o que é isso? Lembra quando tinha aquela super Casas Bahia no Anhembi? Então, pensa num galpão gigantesco, com milhares de coisas usadas e baratíssimas, tem de tudo, roupas, mobília, instrumentos musicais, utensílios de cozinha, tudo lindo, em ótimo estado, super organizado e custando uma merreca. Droga, fico pensando no peso que vou carregar na mala e na grana curta e isso me dá forças pra comprar somente o necessário, nada mais do que isso, ou eu teria trazido um violão, mil casacos e um sofá.
Depois ela me levou numa cidade onde os caras fizeram um paraíso do outlet, todas as marcas chiques tem lá sua loja outlet e as pessoas vão a loucura. Só consegui pensar no meu irmão que iria amar tudo isso, mas cá entre nós, olha o meu espanto em saber que a camiseta da Lacoste está com 50% :
Enfim, esse lugar dos outlets fica bem pertinho de uma área onde as pessoas vão velejar e eu olhando aqueles casais jovens lindos e saudáveis, com seus filhos lindos e saudáveis, na luz do sol , usando roupinhas navy, com suas casas perfeitas, cheias de objetos assinados por designers, carros chiques e etc, só consegui pensar que o ideal de vida que os brasileiros tentam alcançar não é o americano, mas sim o europeu... Tamo tudo fudido porque aqui o básico é dado, aí o básico vem junto com a dívida do cheque especial...
Mas tá sendo bom, ótimo eu poder observar e pensar em tudo isso, o que eu escrevo aqui não é nem 10% de tudo que a minha cabeça está observando e absorverndo dessa vivência toda!
Voltando as lojas, depois fomos em mais uma, onde os caras vendiam casacões gigantes, daqueles tipo de pele, por €10, agora imagina o resto! Saldo final, um casacão quente, minha primeira calça de neve (ai que emoçãããooo), umas blusas, polainas, saias, e tudo pela bagatela de €18,50 =) Não é incrível minha gente? Incrível...
Aí fomos para uma cidade de pescadores chamada Urk, legal esse nome né? E a cidade tem a cara do nome mesmo, é toda lindica mas ao mesmo tempo tem esses barcos imensos, e os homens trabalhando nos seus barcos, de calça e suspensório, brinco na orelha, barba branca, sabe? Bem estilão pescador de filme mesmo, as crianças correndo no meio das centenas de gaivotas que ficam por lá, eu não consigo explicar, mas é lindo! Lá tem um muro com o nome de todos os homens de lá que morreram no mar desde 1800, e sobre o brinco na orelha que eu disse lá em cima, eu aprendi que além de servir como identificação, caso a pessoa morresse no mar e fosse encontrada, o brinco de ouro serviria para cobrir as despesas do funeral...
Neste sabadão geladíssimo e ensolarado a Annemiek me levou pra um tour nas second hand shops que existem fora da cidade... gente, o que é isso? Lembra quando tinha aquela super Casas Bahia no Anhembi? Então, pensa num galpão gigantesco, com milhares de coisas usadas e baratíssimas, tem de tudo, roupas, mobília, instrumentos musicais, utensílios de cozinha, tudo lindo, em ótimo estado, super organizado e custando uma merreca. Droga, fico pensando no peso que vou carregar na mala e na grana curta e isso me dá forças pra comprar somente o necessário, nada mais do que isso, ou eu teria trazido um violão, mil casacos e um sofá.
Depois ela me levou numa cidade onde os caras fizeram um paraíso do outlet, todas as marcas chiques tem lá sua loja outlet e as pessoas vão a loucura. Só consegui pensar no meu irmão que iria amar tudo isso, mas cá entre nós, olha o meu espanto em saber que a camiseta da Lacoste está com 50% :
Enfim, esse lugar dos outlets fica bem pertinho de uma área onde as pessoas vão velejar e eu olhando aqueles casais jovens lindos e saudáveis, com seus filhos lindos e saudáveis, na luz do sol , usando roupinhas navy, com suas casas perfeitas, cheias de objetos assinados por designers, carros chiques e etc, só consegui pensar que o ideal de vida que os brasileiros tentam alcançar não é o americano, mas sim o europeu... Tamo tudo fudido porque aqui o básico é dado, aí o básico vem junto com a dívida do cheque especial...
Mas tá sendo bom, ótimo eu poder observar e pensar em tudo isso, o que eu escrevo aqui não é nem 10% de tudo que a minha cabeça está observando e absorverndo dessa vivência toda!
Voltando as lojas, depois fomos em mais uma, onde os caras vendiam casacões gigantes, daqueles tipo de pele, por €10, agora imagina o resto! Saldo final, um casacão quente, minha primeira calça de neve (ai que emoçãããooo), umas blusas, polainas, saias, e tudo pela bagatela de €18,50 =) Não é incrível minha gente? Incrível...
Aí fomos para uma cidade de pescadores chamada Urk, legal esse nome né? E a cidade tem a cara do nome mesmo, é toda lindica mas ao mesmo tempo tem esses barcos imensos, e os homens trabalhando nos seus barcos, de calça e suspensório, brinco na orelha, barba branca, sabe? Bem estilão pescador de filme mesmo, as crianças correndo no meio das centenas de gaivotas que ficam por lá, eu não consigo explicar, mas é lindo! Lá tem um muro com o nome de todos os homens de lá que morreram no mar desde 1800, e sobre o brinco na orelha que eu disse lá em cima, eu aprendi que além de servir como identificação, caso a pessoa morresse no mar e fosse encontrada, o brinco de ouro serviria para cobrir as despesas do funeral...
Mas o que mais me impressionou é como os barcos ficam próximos das casas das pessoas... tem essas rampas que servem pra deixar o barco fora da água para algum reparo ou algo assim, mas são tão perto das casas...e os barcos são tão grandes!! Aiai viu, muita coisa nova nessa vida! E o silêncio? Passeando pelas ruas estreitas, é quase como se fosse uma cidade fantasma... ninguém falando, a velhinha olhando pela janela... eu acho que não conseguiria viver lá... Mas amei a experiência, e ainda rolou uma porção de peixe frito com um molhinho irado pra fechar o sabadão com chave de ouro!
PS: Dormi na casa de uma amiga italiana e acordei com os vivas pela saída do Berlusconi! Aeeee!!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Sobre a vida em duas rodas e meu primeiro falafel
Oie! Como estamos meu povo? Por aqui tudo tranquilo, a ocupação da praça do centro financeiro está firme e forte, aliás cada vez mais forte, com grupos se formando e se organizando para manter a paz no lugar. Parece que estava rolando uns problemas com uns junkies que estavam se aproveitando do local, e aí em São Paulo, alguém tem notícias?
Mas o post de hoje é pra falar da minha querida, amada, amiga e companheira: Olívia, a minha brother de duas rodas. Eu como ciclista frustrada em São Paulo não poderia estar mais satisfeita com o meio de transporte mais utilizado aqui, é totalmente verdade que se vai a todos os lugares da cidade de bike. Você pode levá-la no trem, ou pegar a balsa gratuita que te leva pro outro lado da cidade e já chegar lá pedalando livremente, e digo mais, todo o transporte funciona muito bem aqui, mas o bom mesmo é andar de magrela sem rumo por aí, não saber onde vai chegar... e assim a cidade vai cada vez mais se conectando na minha cabeça.
Mas nem tudo é assim essa propaganda de margarinaDoriana. Principalmente na hora do rush aqui (porque aqui a hora do rush é de bike), está muito mais para aquele joguinho do Hugo que passava na tv e a gente jogava pelo telefone e que eu nunca joguei. Você entra na rua estreita e passa uma bike no sentido oposto, aí você respira de alívio quando de repente algum turista lesado atravessa a rua sem olhar e ao mesmo tempo tem mais bikes vindo atrás, aí passa a moto do seu lado, porque aqui moto e aqueles micro carros andam na ciclofaixa também, enfim uma loucura atrás da outra e tudo isso em alta velocidade! E eu só caí 3 vezes sendo que uma eu estava parada.. tá bom, bem bom! Um viva a São Paulo e o intensivão que me ensinou a pedalar em ruas mortais!
VIVA!
E ontem comi meu primeiro falafel, gostoso, bem gostoso! Só não entendi o porque do recheio frito ser redondo dentro de um sanduiche`! Enfim, valeu!
Opa, vou lá que o jantar está servido, alguma receita tailandesa com leite de coco, estou no paraíso,que abundância meu irmão!!
E hoje é dia de São Nicolas e as crianças batem na porta e cantam... aí vc enche elas de doces e coisas gordas... lindos!
Beijocas!
Mas o post de hoje é pra falar da minha querida, amada, amiga e companheira: Olívia, a minha brother de duas rodas. Eu como ciclista frustrada em São Paulo não poderia estar mais satisfeita com o meio de transporte mais utilizado aqui, é totalmente verdade que se vai a todos os lugares da cidade de bike. Você pode levá-la no trem, ou pegar a balsa gratuita que te leva pro outro lado da cidade e já chegar lá pedalando livremente, e digo mais, todo o transporte funciona muito bem aqui, mas o bom mesmo é andar de magrela sem rumo por aí, não saber onde vai chegar... e assim a cidade vai cada vez mais se conectando na minha cabeça.
Mas nem tudo é assim essa propaganda de margarina
VIVA!
E ontem comi meu primeiro falafel, gostoso, bem gostoso! Só não entendi o porque do recheio frito ser redondo dentro de um sanduiche`! Enfim, valeu!
Opa, vou lá que o jantar está servido, alguma receita tailandesa com leite de coco, estou no paraíso,
E hoje é dia de São Nicolas e as crianças batem na porta e cantam... aí vc enche elas de doces e coisas gordas... lindos!
Beijocas!
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Sobre o tiozão que tudo sabe e os dias em Venlo
Oie! Esses dias resolvi ir para a casa que a Ca está trabalhando em Venlo, 7km dentro da Alemanha.
E aí que o cara que é dono da casa é uma coisa que eu nem sei explicar. Um ricão que conheceu umas pessoas certas, começou a fazer umas experiências terapêuticas com plantas de poder e hoje tem essa mansão onde faz esses workshops e terapias. Ele é uma pessoa bem difícil, tipo doidona mesmo, fala uma coisa depois outra, fica quieto quando a gente pergunta algo, diz que sabe de coisas que ninguém no mundo sabe, e ao mesmo tempo falava mil coisas interessantes, ele usava um pêndulo na mão e de quando em quando soltava algumas coisas impressionantes sobre a minha personalidade e etc, no fim ele me fez pensar muito sobre mim e a experiência foi super válida, o trabalho foi suave, a única coisa difícil foi lidar com ele mesmo, e com a comida que ele insistia em fazer, misturando um monte de pó pronto numa sopa.. blehrg! Foi uma boa oportunidade de conversar naturalmente sobre coisas que normalmente as pessoas costumam ridicularizar e estou feliz de ter ido pra lá. Uma das coisas que ele me disse antes mesmo de conversarmos é que eu tenho dentro de mim quatro personalidades e que elas são muito fortes e que provavelmente até minha voz muda dependendo qual delas eu estou usando no momento, e que por conta disso provavelmente eu não sou boa em tomar decisões e estou sempre com a cabeça borbulhando de pensamentos que brigam dentro de mim, disse também que a máscara que meu ego criou pra sociedade é de drama queen mas que o eu de verdade sofre sozinho. Ha! Qualquer semelhança é mera coincidência? Observação da linguagem corporal? Um dom? Sei lá viu, sei lá.
E agora imagina a cena: Estávamos as 3 dando uma volta pela vizinhança, tudo lindo, perfeitinho, de filme mesmo sabe? E passávamos pelas casas, parávamos, comentávamos sobre o jardim e como tudo lá era lindo, as janelinhas, os vasinhos, tudo um mimo. Isso tudo na maior empolgação dessa pessoa que vos escreve e que vocês já conhecem. Eis que de repente brota um cara de bike chamando a gente, ele estava super nervoso, meio tremendo, com medo nos olhos, super alterado:
- Hey!! Tem algum problema?
E nós, super apaixonadas pelo mundo, pela vila, pelas árvores, abrimos o maior sorrisão:
- Não, imagina, porque?
- Porque vocês estão olhando as casas e eu e meus vizinhos estamos achando que vocês são ladras!
Imagina a nossa surpresa! Aí foi todo mundo falando ao mesmo tempo:
- O QUEE? Meu deus!! Imagina! EStamos só olhando! Que isso! Somos turistas!
E ele continuou super desconfiado e disse :
-É vocês estavam olhando as janelas, acho que vocês estão procurando os lugares onde tem portas e janelas abertas para vocês entrarem!
Aí blablabla ele acabou percebendo que viajou e até deu risada depois, mas nós ficamos super impressionadas! Como assim?? E aí ficamos refletindo sobre essa coisa de eles não terem portões e nem nada pra proteger suas casas, mas que o medo é o mesmo, e caralho, o jardim não é pra ser olhado e admirado??
E no fim, vendo todos os lados da situação, nós até que estávamos parecendo ladras, as três super mundrungas com roupa de trabalho e cada uma com algo na cabeça! Pra contrastar, no dia seguinte fomos de câmera, bicicleta, cachecol e óculos escuros de pop star. E ninguém falou nada. Taí pra refletir.
E aí que o cara que é dono da casa é uma coisa que eu nem sei explicar. Um ricão que conheceu umas pessoas certas, começou a fazer umas experiências terapêuticas com plantas de poder e hoje tem essa mansão onde faz esses workshops e terapias. Ele é uma pessoa bem difícil, tipo doidona mesmo, fala uma coisa depois outra, fica quieto quando a gente pergunta algo, diz que sabe de coisas que ninguém no mundo sabe, e ao mesmo tempo falava mil coisas interessantes, ele usava um pêndulo na mão e de quando em quando soltava algumas coisas impressionantes sobre a minha personalidade e etc, no fim ele me fez pensar muito sobre mim e a experiência foi super válida, o trabalho foi suave, a única coisa difícil foi lidar com ele mesmo, e com a comida que ele insistia em fazer, misturando um monte de pó pronto numa sopa.. blehrg! Foi uma boa oportunidade de conversar naturalmente sobre coisas que normalmente as pessoas costumam ridicularizar e estou feliz de ter ido pra lá. Uma das coisas que ele me disse antes mesmo de conversarmos é que eu tenho dentro de mim quatro personalidades e que elas são muito fortes e que provavelmente até minha voz muda dependendo qual delas eu estou usando no momento, e que por conta disso provavelmente eu não sou boa em tomar decisões e estou sempre com a cabeça borbulhando de pensamentos que brigam dentro de mim, disse também que a máscara que meu ego criou pra sociedade é de drama queen mas que o eu de verdade sofre sozinho. Ha! Qualquer semelhança é mera coincidência? Observação da linguagem corporal? Um dom? Sei lá viu, sei lá.
E agora imagina a cena: Estávamos as 3 dando uma volta pela vizinhança, tudo lindo, perfeitinho, de filme mesmo sabe? E passávamos pelas casas, parávamos, comentávamos sobre o jardim e como tudo lá era lindo, as janelinhas, os vasinhos, tudo um mimo. Isso tudo na maior empolgação dessa pessoa que vos escreve e que vocês já conhecem. Eis que de repente brota um cara de bike chamando a gente, ele estava super nervoso, meio tremendo, com medo nos olhos, super alterado:
- Hey!! Tem algum problema?
E nós, super apaixonadas pelo mundo, pela vila, pelas árvores, abrimos o maior sorrisão:
- Não, imagina, porque?
- Porque vocês estão olhando as casas e eu e meus vizinhos estamos achando que vocês são ladras!
Imagina a nossa surpresa! Aí foi todo mundo falando ao mesmo tempo:
- O QUEE? Meu deus!! Imagina! EStamos só olhando! Que isso! Somos turistas!
E ele continuou super desconfiado e disse :
-É vocês estavam olhando as janelas, acho que vocês estão procurando os lugares onde tem portas e janelas abertas para vocês entrarem!
Aí blablabla ele acabou percebendo que viajou e até deu risada depois, mas nós ficamos super impressionadas! Como assim?? E aí ficamos refletindo sobre essa coisa de eles não terem portões e nem nada pra proteger suas casas, mas que o medo é o mesmo, e caralho, o jardim não é pra ser olhado e admirado??
E no fim, vendo todos os lados da situação, nós até que estávamos parecendo ladras, as três super mundrungas com roupa de trabalho e cada uma com algo na cabeça! Pra contrastar, no dia seguinte fomos de câmera, bicicleta, cachecol e óculos escuros de pop star. E ninguém falou nada. Taí pra refletir.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Sobre o reggae e a noite que acaba cedo
Alou pessoal!
Ontem teve um show do Groundation no mesmo lugar que teve o teatro experimental aquela vez, e eu fiquei toda empolgada porque finalmente ía poder curtir uma reggueira por aqui e não o característico som eletrônico que rola por todos os cantos, aí cheguei lá toda pimpona e saltitante e dei de cara com os seguranças parrudos e uma folha sulfite escrita: " GROUNDATION SOLD OUT" ! Oh my God!! Ó vida, ó azar! Grudei o pé no começo da fila e fui perguntando pra todos se alguém tinha um extra ticket, eu que não ía perder o show do Groundation em Amsterdam, essa eu tinha que ver. Depois de mais ou menos uma hora mendigando um ingresso um dos seguranças parrudos abriu um sorriso e me chamou, ele se simpatizou com a causa e tinha conseguido um ingresso pra mim! Justo o mais ranzinza, com a cara mais fechada... lindo! Dei um abração nele e fui que fui como quem chega no playcenter e sai correndo pra fila do Boomerang. O show foi lindo, quase um show no Expresso Brasil, só que muito mais fedido =) E ainda todo mundo lá dentro ficou super feliz de ver que eu consegui entrar! hahaha As pessoas aqui realmente sabem como ser muito fofas e muito escrotas ao mesmo tempo...
Enfim, foi maravilhoso poder curtir o show sozinhona, no maior estilão Eu e Eu, feliz feliz curtindo a minha solitude, só que as coisas aqui acabam muito cedo! Meia noite e pouquinho o show já tinha acabado e eu na maior pimposidade querendo fazer alguma coisa ainda... peguei a bike e saí pedalando pela noite atrás de um lugar legal e acabei achando um bar de blues que eu estava querendo conhecer há tempos, fiquei lá um tempinho, o tiozão que tava tocando tinha todo um estilo mundrungo genial sabe, daqueles talentos que nunca ninguém descobriu? Então, valeu a pena, foi legal, curti de olhinho fechado, ele desceu do palco, cantamos juntos, foi massa, aí quando vi já tinha ligado o piloto automático da bike e já estava aqui pertinho de casa. A minha grande questão madrugal é: guardar a bike no porão dos infernos ou deixar a bike presa na rua e atravessar a praça silenciosa e escura e correr o risco de ter o cérebro comido por zumbis ou encontrar uma criança morta brincando no playground? hahaha Quem me ouve passando, toda fazendo barulho com o salto e fazendo um estilão, não faz ideia de que é esse tipo de coisa que passa pela minha cabeça nas madrugadas de Amsterdão.
Um beijo minha gente linda!
Ontem teve um show do Groundation no mesmo lugar que teve o teatro experimental aquela vez, e eu fiquei toda empolgada porque finalmente ía poder curtir uma reggueira por aqui e não o característico som eletrônico que rola por todos os cantos, aí cheguei lá toda pimpona e saltitante e dei de cara com os seguranças parrudos e uma folha sulfite escrita: " GROUNDATION SOLD OUT" ! Oh my God!! Ó vida, ó azar! Grudei o pé no começo da fila e fui perguntando pra todos se alguém tinha um extra ticket, eu que não ía perder o show do Groundation em Amsterdam, essa eu tinha que ver. Depois de mais ou menos uma hora mendigando um ingresso um dos seguranças parrudos abriu um sorriso e me chamou, ele se simpatizou com a causa e tinha conseguido um ingresso pra mim! Justo o mais ranzinza, com a cara mais fechada... lindo! Dei um abração nele e fui que fui como quem chega no playcenter e sai correndo pra fila do Boomerang. O show foi lindo, quase um show no Expresso Brasil, só que muito mais fedido =) E ainda todo mundo lá dentro ficou super feliz de ver que eu consegui entrar! hahaha As pessoas aqui realmente sabem como ser muito fofas e muito escrotas ao mesmo tempo...
Enfim, foi maravilhoso poder curtir o show sozinhona, no maior estilão Eu e Eu, feliz feliz curtindo a minha solitude, só que as coisas aqui acabam muito cedo! Meia noite e pouquinho o show já tinha acabado e eu na maior pimposidade querendo fazer alguma coisa ainda... peguei a bike e saí pedalando pela noite atrás de um lugar legal e acabei achando um bar de blues que eu estava querendo conhecer há tempos, fiquei lá um tempinho, o tiozão que tava tocando tinha todo um estilo mundrungo genial sabe, daqueles talentos que nunca ninguém descobriu? Então, valeu a pena, foi legal, curti de olhinho fechado, ele desceu do palco, cantamos juntos, foi massa, aí quando vi já tinha ligado o piloto automático da bike e já estava aqui pertinho de casa. A minha grande questão madrugal é: guardar a bike no porão dos infernos ou deixar a bike presa na rua e atravessar a praça silenciosa e escura e correr o risco de ter o cérebro comido por zumbis ou encontrar uma criança morta brincando no playground? hahaha Quem me ouve passando, toda fazendo barulho com o salto e fazendo um estilão, não faz ideia de que é esse tipo de coisa que passa pela minha cabeça nas madrugadas de Amsterdão.
Um beijo minha gente linda!
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