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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sobre o tiozão que tudo sabe e os dias em Venlo

Oie! Esses dias resolvi ir para a casa que a Ca está trabalhando em Venlo, 7km dentro da Alemanha.
E aí que o cara que é dono da casa é uma coisa que eu nem sei explicar. Um ricão que conheceu umas pessoas certas, começou a fazer umas experiências terapêuticas com plantas de poder e hoje tem essa mansão onde faz esses workshops e terapias. Ele é uma pessoa bem difícil, tipo doidona mesmo, fala uma coisa depois outra, fica quieto quando a gente pergunta algo, diz que sabe de coisas que ninguém no mundo sabe, e ao mesmo tempo falava mil coisas interessantes, ele usava um pêndulo na mão e de quando em quando soltava algumas coisas impressionantes sobre a minha personalidade e etc, no fim ele me fez pensar muito sobre mim e a experiência foi super válida, o trabalho foi suave, a única coisa difícil foi lidar com ele mesmo, e com a comida que ele insistia em fazer, misturando um monte de pó pronto numa sopa.. blehrg! Foi uma boa oportunidade de conversar naturalmente sobre coisas que normalmente as pessoas costumam ridicularizar e estou feliz de ter ido pra lá. Uma das coisas que ele me disse antes mesmo de conversarmos é que eu tenho dentro de mim quatro personalidades e que elas são muito fortes e que provavelmente até minha voz muda dependendo qual delas eu estou usando no momento, e que por conta disso provavelmente eu não sou boa em tomar decisões e estou sempre com a cabeça borbulhando de pensamentos que brigam dentro de mim, disse também que a máscara que meu ego criou pra sociedade é de drama queen mas que o eu de verdade sofre sozinho. Ha! Qualquer semelhança é mera coincidência? Observação da linguagem corporal? Um dom? Sei lá viu, sei lá.

E agora imagina a cena: Estávamos as 3 dando uma volta pela vizinhança, tudo lindo, perfeitinho, de filme mesmo sabe? E passávamos pelas casas, parávamos, comentávamos sobre o jardim e como tudo lá era lindo, as janelinhas, os vasinhos, tudo um mimo. Isso tudo na maior empolgação dessa pessoa que vos escreve e que vocês já conhecem. Eis que de repente brota um cara de bike chamando a gente, ele estava super nervoso, meio tremendo, com medo nos olhos, super alterado:

- Hey!! Tem algum problema?

E nós, super apaixonadas pelo mundo, pela vila, pelas árvores, abrimos o maior sorrisão:

- Não, imagina, porque?
- Porque vocês estão olhando as casas e eu e meus vizinhos estamos achando que vocês são ladras!

Imagina a nossa surpresa! Aí foi todo mundo falando ao mesmo tempo:

- O QUEE? Meu deus!! Imagina! EStamos só olhando! Que isso! Somos turistas!

E ele continuou super desconfiado e disse :
-É vocês estavam olhando as janelas, acho que vocês estão procurando os lugares onde tem portas e janelas abertas para vocês entrarem!

Aí blablabla ele acabou percebendo que viajou e até deu risada depois, mas nós ficamos super impressionadas! Como assim?? E aí ficamos refletindo sobre essa coisa de eles não terem portões e nem nada pra proteger suas casas, mas que o medo é o mesmo, e caralho, o jardim não é pra ser olhado e admirado??

E no fim, vendo todos os lados da situação, nós até que estávamos parecendo ladras, as três super mundrungas com roupa de trabalho e cada uma com algo na cabeça! Pra contrastar, no dia seguinte fomos de câmera, bicicleta, cachecol e óculos escuros de pop star. E ninguém falou nada. Taí pra refletir.

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